sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Blumenau hoje eu queria te dar flores

Muito já se falou por aqui de autores e autorias oriundos dessa pequena cratera que denominamos carinhosamente Blumenau. Se há poetas? Há. Se há proseadores, também. No entanto, entre a brincadeira de tentar trazer à tona um pouco do que pouco se escreve – ou muito se escreve e pouco se lê, depende o ponto de vista, percebi ter deixado de lado um poema importantíssimo.

Porque um poema natural. Se temos, de um lado, Lindolf Bell brincando de ser o mais filho da terra do outro temos os poetas experimentalistas, que mais podem fugir dos braços da mãe germânica. Tanto o primeiro como os segundos deixaram filhos e o que se lê hoje, embora novo, muitas vezes não passa de um mais do mesmo tardio.

O autor desse poema que segue, devemos chamá-lo poeta. Não porque escreva em versos (alguns dos maiores poetas que conheço ou conheci estão nem aí pros versos), mas porque é poeta sem precisar esforçar-se para sê-lo.

Dessa forma, terminando aqui a introdução, digo que tanto faz – por hora – que haja dois lados na literatura que nem blumenauense pode ser chamada. E não importa que haja seguidores desses lados, defendendo-se muito e escrevendo pouco. O que importa, no fim das contas, é a naturalidade com que Daniel CostadeSSouza escreve. Pois bem, um abraço.

Blumenau hoje eu queria te dar flores

Eu já tinha me avisado da mudança
Tudo muito no lugar dá certo não
Eu não sabia, nem pergunte, eu não me sei

E quero quero

Destruir com tesão, com gargalhada
Ampliar o carinho, o contentamento
Desbrandalize!

A rua Antônio da Veiga, o meu sonho, meu primeiro caminho de casa
Em terra nova

Inova, inova, tradição loira,
Esse peito, esse jeito bem peixeiro
Que aqui tem gente, e pouca história serve
Pra seqüência

Rostos, cores de cabelo, de lábios, contornos
Coxas, vestidos, saias sem vento são teclas de rock n´roll

Loira!

Que te quero nova, porque nosso momento, a memória, o prazer,
Foi o doce primeiro ponto de ônibus quando vi perfilados meus dois bares vizinhos
E minhas noites de sair sozinho feito aquele tal doutor que falas tanto
Assim, contra quem diz que deixar seu povo é morrer de medo
Porque eu só morri de amores
Pela Vivi, pela Van.

Essa lembrança tua está pendurada
No calendário meu de final de ano
Nos dias a contar
Desde agora

Em boa, melhor hora impossível.
No nosso aniversário. Bem assim, entre o meu e o teu, o nosso!
Que passem as fridas, suas vidas, suas idas e vindas!
Que se esfreguem mal vestidas no meu pau em Blumenau.

Daniel CostadeSSouza escreve no blog Texto Decorado.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Um outro blog, um blog novo. Dois agora.

Quando tiver assunto aqui, escrevo aqui. Quando tiver assunto lá, escrevo lá. A questão é que, aqui, não se trata de assunto. Não sei de quê se trata, afinal, essa coisa de escrever. Mas se ela está aqui, agora (ela é e está, e vem mais estando do que sendo ultimamente), é necessário tornar o escrito capaz de ser lido. Portanto. Pois bem.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Meme

Primeiro, li no blog do Rodrigo Oliveira. Depois, no do CostadeSSouza, de onde partiu o convite para eu também responder a estas perguntas:

1. Livro/autor(a) que marcou sua infância:

Uma releitura da história do Barba Azul que me perturbou a vida. Falando nisso, nunca voltei pra saber quem fora o tal. Matava as mulheres, o desgraçado. E o exemplar da escola ainda era ilustrado. ILUSTRADO. Eu tinha só dez anos, pô!

2. Livro/autor(a) que marcou sua adolescência:

Sem dúvida, José Mauro de Vasconcellos com seu Meu Pé de Laranja Lima e uma antologia incompleta do Castro Alves.

3. Autor(a) que mais admira:

Pergunta difícil. Gosto muito do Bandeira na poesia. É ele quem me define o que é a tal. Mas gosto do Camus, do Sartre, do Saramago, do Cony e do Nizan naquela prosa existencialista deles. E tem o García Márquez, que não é existencialista e é bom pacas.

4. Autor(a) contemporâneo:

Se espero ler mais alguma coisa de mais alguém que eu tenha lido ultimamente e que ainda esteja vivo? Quero ler mais do Gregory Haertel e do Godofredo de Oliveira Neto na prosa e do Mauro Galvão e do Viegas, da poesia deles.

5. Leu e não gostou:

Se não gostei, não terminei de ler. Daí não conta. Ah sim. Não gosto do Olsen Jr.

6. Lê e relê:

Sartre, Henfil, Bandeira, José Endoença e Mauro Galvão.

7. Manias:

Comprar livros e deixá-los pegando poeira na estante. Nunca comprar um livro de autor desconhecido que não tenha sido muito bem recomendado. Ler aos poucos, dentro do ônibus, na fila, na lanchonete... Ficar triste quando um livro muito bom está em vias de acabar (a propósito, isso acontece agora com Matéria de Memória, do Cony). E criticar o que eu acho que merece ser criticado (risos!).

E a lista segue adiante (não pode parar a brincadeira, entendeu?) recomendada aos colegas:

Marcito: http://libidinagens.blogspot.com/
Viegas: http://viegasdacosta.blogspot.com/
e Cadu: http://caduhenning.blogspot.com/.

domingo, 11 de janeiro de 2009