Antes de, oportunamente, escrever aqui a respeito do Sarau Eletrônico, vem a dica para que se visite esse sítio.Nesta edição foi publicada a crítica de Falações escrita pelo Rodrigo Oliveira.
Pra quem ainda não leu o "Poesia Twist. Poemas com um toque limão", uma recomendação: Rodrigo foi quem, talvez, mais tenha ido fundo na leitura deste volume de poemas - e quem mais emocionou ao dispor-se a escrever sobre ele.
Ficam como dica, portanto, o Sarau Eletrônico e o blog do Rodrigo Oliveira: há muito que se descobrir por estes campos eletrônicos e férteis.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Rodrigo Oliveira e Falações no Sarau Eletrônico
Postado por
Marcelo Labes
às
11:37
0
comentários
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Blumenau hoje eu queria te dar flores
Muito já se falou por aqui de autores e autorias oriundos dessa pequena cratera que denominamos carinhosamente Blumenau. Se há poetas? Há. Se há proseadores, também. No entanto, entre a brincadeira de tentar trazer à tona um pouco do que pouco se escreve – ou muito se escreve e pouco se lê, depende o ponto de vista, percebi ter deixado de lado um poema importantíssimo.
Porque um poema natural. Se temos, de um lado, Lindolf Bell brincando de ser o mais filho da terra do outro temos os poetas experimentalistas, que mais podem fugir dos braços da mãe germânica. Tanto o primeiro como os segundos deixaram filhos e o que se lê hoje, embora novo, muitas vezes não passa de um mais do mesmo tardio.
O autor desse poema que segue, devemos chamá-lo poeta. Não porque escreva em versos (alguns dos maiores poetas que conheço ou conheci estão nem aí pros versos), mas porque é poeta sem precisar esforçar-se para sê-lo.
Dessa forma, terminando aqui a introdução, digo que tanto faz – por hora – que haja dois lados na literatura que nem blumenauense pode ser chamada. E não importa que haja seguidores desses lados, defendendo-se muito e escrevendo pouco. O que importa, no fim das contas, é a naturalidade com que Daniel CostadeSSouza escreve. Pois bem, um abraço.
Blumenau hoje eu queria te dar flores
Eu já tinha me avisado da mudança
Tudo muito no lugar dá certo não
Eu não sabia, nem pergunte, eu não me sei
E quero quero
Destruir com tesão, com gargalhada
Ampliar o carinho, o contentamento
Desbrandalize!
A rua Antônio da Veiga, o meu sonho, meu primeiro caminho de casa
Em terra nova
Inova, inova, tradição loira,
Esse peito, esse jeito bem peixeiro
Que aqui tem gente, e pouca história serve
Pra seqüência
Rostos, cores de cabelo, de lábios, contornos
Coxas, vestidos, saias sem vento são teclas de rock n´roll
Loira!
Que te quero nova, porque nosso momento, a memória, o prazer,
Foi o doce primeiro ponto de ônibus quando vi perfilados meus dois bares vizinhos
E minhas noites de sair sozinho feito aquele tal doutor que falas tanto
Assim, contra quem diz que deixar seu povo é morrer de medo
Porque eu só morri de amores
Pela Vivi, pela Van.
Essa lembrança tua está pendurada
No calendário meu de final de ano
Nos dias a contar
Desde agora
Em boa, melhor hora impossível.
No nosso aniversário. Bem assim, entre o meu e o teu, o nosso!
Que passem as fridas, suas vidas, suas idas e vindas!
Que se esfreguem mal vestidas no meu pau em Blumenau.
Daniel CostadeSSouza escreve no blog Texto Decorado.
Postado por
Marcelo Labes
às
18:48
4
comentários
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Um outro blog, um blog novo. Dois agora.
Quando tiver assunto aqui, escrevo aqui. Quando tiver assunto lá, escrevo lá. A questão é que, aqui, não se trata de assunto. Não sei de quê se trata, afinal, essa coisa de escrever. Mas se ela está aqui, agora (ela é e está, e vem mais estando do que sendo ultimamente), é necessário tornar o escrito capaz de ser lido. Portanto. Pois bem.
Postado por
Marcelo Labes
às
15:48
0
comentários
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Meme
Primeiro, li no blog do Rodrigo Oliveira. Depois, no do CostadeSSouza, de onde partiu o convite para eu também responder a estas perguntas:
1. Livro/autor(a) que marcou sua infância:
Uma releitura da história do Barba Azul que me perturbou a vida. Falando nisso, nunca voltei pra saber quem fora o tal. Matava as mulheres, o desgraçado. E o exemplar da escola ainda era ilustrado. ILUSTRADO. Eu tinha só dez anos, pô!
2. Livro/autor(a) que marcou sua adolescência:
Sem dúvida, José Mauro de Vasconcellos com seu Meu Pé de Laranja Lima e uma antologia incompleta do Castro Alves.
3. Autor(a) que mais admira:
Pergunta difícil. Gosto muito do Bandeira na poesia. É ele quem me define o que é a tal. Mas gosto do Camus, do Sartre, do Saramago, do Cony e do Nizan naquela prosa existencialista deles. E tem o García Márquez, que não é existencialista e é bom pacas.
4. Autor(a) contemporâneo:
Se espero ler mais alguma coisa de mais alguém que eu tenha lido ultimamente e que ainda esteja vivo? Quero ler mais do Gregory Haertel e do Godofredo de Oliveira Neto na prosa e do Mauro Galvão e do Viegas, da poesia deles.
5. Leu e não gostou:
Se não gostei, não terminei de ler. Daí não conta. Ah sim. Não gosto do Olsen Jr.
6. Lê e relê:
Sartre, Henfil, Bandeira, José Endoença e Mauro Galvão.
7. Manias:
Comprar livros e deixá-los pegando poeira na estante. Nunca comprar um livro de autor desconhecido que não tenha sido muito bem recomendado. Ler aos poucos, dentro do ônibus, na fila, na lanchonete... Ficar triste quando um livro muito bom está em vias de acabar (a propósito, isso acontece agora com Matéria de Memória, do Cony). E criticar o que eu acho que merece ser criticado (risos!).
E a lista segue adiante (não pode parar a brincadeira, entendeu?) recomendada aos colegas:
Marcito: http://libidinagens.blogspot.com/
Viegas: http://viegasdacosta.blogspot.com/
e Cadu: http://caduhenning.blogspot.com/.
Postado por
Marcelo Labes
às
19:48
4
comentários
domingo, 11 de janeiro de 2009
Novamente Aguardo.
http://www.flickr.com/photos/costadessouza
http://www.blog.costadessouza.com/
Postado por
Marcelo Labes
às
18:18
9
comentários
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Destes tempos em Aguardo
DE COMO UM ESCRITOR CONSEGUE, A PARTIR DE SUA REALIDADE, DECODIFICAR O MUNDO E O HOMEM
Há algumas questões acerca da Literatura que merecem respostas, embora se vá discutir toda uma vida a respeito do que é ou não é um texto literário, se o poema tem ou não poesia, se o romance chega ou não ao seu objetivo, que também é algo a se discutir: qual o objetivo de um romance.
Numa mesa-redonda acontecida em agosto deste ano, cujo tema era a poesia blumenauense, dois de seus participantes defenderam que em tempos de pós-modernidade tecnológica não se pode mais falar sobre um texto de aqui ou acolé. Dessa forma, portanto, não poderíamos determinar um texto através do lugar onde ele é escrito. Um dos participantes, José Endoença Martins, defendeu o lugar de origem do texto, de modo que sua localização pode determinar sua importância para os leitores daquele local de origem. Pois bem, aceito essa visão para continuar a escrever este texto.
Para quem já tinha assistido às peças de Gregory Haertel, seu romance talvez tenha sido menos doloroso. Mas acredito que poucos tiveram, até então, a oportunidade de ler Haertel. Muitos de nós assistimos às suas personagens mergulhadas nas próprias dores, cientes ou não de suas insanidades. Assim, parece redundante querer escrever sobre como Aguardo, o primeiro romance do autor de peças como A Parte Doente e Volúpia, pode remexer conceitos e estômagos. No entanto, é preciso falar a respeito.
Aguardo desestrutura. Sua própria estrutura narrativa, assemelhando-se ora a uma novela, ora a um livro de contos, o torna uma obra singular. Mas não é somente a estrutura do texto e sua belíssima composição que agradam. Pra quem espera mais, lá está: Haertel, escrevendo sobre sua cidade imaginária, com personagens imaginárias (ou não, claro está) ao mesmo tempo em que desconstrói o mito há muito tempo enraizado, por estas bandas, de que nosso passado é belo, indolor, e nosso presente é fértil, também conta uma bela história para ser lida em qualquer canto do mundo.
“Não obstante toda dor, há sempre o que piorar”, escreve Pépe Sedrez na orelha de Aguardo. De fato: se há um consenso a respeito do sentido de escrever e ler literatura, este se encontra na capacidade de a) o autor, a figura alienígena da sociedade, conseguir pôr em palavras o que o incomoda e b) o leitor, necessitado de um ponto de vista ficcional, procurar uma saída na literatura. Literatura sem dor, portanto, o que seria? Aguardo é incômodo, é não saber se situar entre personagens, entre os rumos indevidos (porque tão reais e necessários) que a história toma e, sobretudo, não querer se encontrar nas páginas do romance.
É aqui, então, que volto a uma das primeiras questões deste texto. Ouso, para isso, citar este romance Aguardo, de Haertel, como a obra que a prosa blumenauense necessitava para se sentir, de fato, literatura. Indiretamente ligado a um passado fértil da prosa ficcional, que tem origem, principalmente, no texto de Urda Kluger — e mais recentemente na obra policial de Maicon Tenfen — Gregory aponta para um futuro promissor na literatura. O que não quer dizer que este autor prometa, porque mais cumpre do que realmente promete; mas que, de certa forma, Aguardo tem o poder de, ao mesmo tempo em que mira diretamente para as origens de seu autor, afastar-se dessas mesmas origens para justamente evitar qualquer tipo de descrição inglória: sua literatura não é daqui, não é dali. É literatura e é boa.
Encontrando-me com e enfrentando as personagens de Haertel, não consigo parar de pensar em dois autores franceses que admiro muito. De um lado, Camus denuncia o absurdo do homem e da sociedade ocidental do século XX a partir de histórias cotidianas, sempre tão bem metaforizadas que — hoje se vê — não importam as localizações geográficas e culturais de seus leitores: o absurdo não tem idioma. Justaposto a este, Nizan aproveita-se de uma viagem à cidade de Aden, no Iêmen, para denunciar a sociedade francesa e, mesmo que depois de trinta anos, ser um dos principais inspiradores da revolução cultural causada pelo Maio de 68.
Se não dou pistas de onde Aguardo chega e de onde sua leitura nos leva, é para não tirar do leitor a oportunidade de ler um romance que há muito era aguardado. E que finalmente chegou.
Postado por
Marcelo Labes
às
16:22
11
comentários
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
A literatura sobrevive e, às vezes, protagoniza.
Santa Catarina, eu repito, não é um estado de espírito
FICÇÃO, LEITURA E IDENTIDADE
Foi com este tema que o escritor Godofredo de Oliveira Neto, blumenauense radicado no Rio de Janeiro, começou o evento
Autor de romances importantes na bibliografia nacional, como Pedaço de Santo e O Menino Oculto, Godofredo saiu aos 17 anos de Blumenau
Nada melhor para provar que, de fato, a relação do escritor com suas origens influenciam o seu texto
E O DIABO?
Boa pergunta
Salma fez um panorama, portanto, comparando os estudos literários que remetem ao Santíssimo (falo de Deus), mas que dificilmente remetem ao tinhoso
Ao final de sua fala (uma hora e meia sem respirar — fala substancial, sem dúvida — Salma lançou seu novo livro de ficção
TEM LUGAR PRA POESIA?
Tem sim, leitor
Falando sobre a poesia produzida em Blumenau desde o século XIX, quando ainda era escrita em língua alemã, Marcelo Steil construiu sua fala sobre as noções marxistas de ideologia os respectivos reflexos desta na criação literária
Em seguida, Mauro Galvão contemplou a pós-modernidade presente em seu texto, mas principalmente refletiu a necessidade de se ler, seja lá o que for, incluindo aí a quebra de limites imposta pela internet e seus possíveis reflexos na leitura do objeto-livro e nos hábitos de leitura e escrita da contemporaneidade
Finalizando, foi a minha vez de falar e não podia perder a oportunidade de explicar às pessoas que nos ouviam que, baseado no que tinha ouvido nos dois dias anteriores, a leitura dos poetas que me acompanhavam na mesa-redonda não era somente necessária, mas obrigatória
UM EVENTO QUE AINDA PROMETE
A professora Tuca Ribeiro não escondeu suas intenções
A partir do momento em que o pontapé inicial foi dado, resta-nos esperar pelo ano que vem para sabermos o que de fato acontecerá
Postado por
Marcelo Labes
às
12:09
0
comentários